O controle e a extinção de um incêndio depende necessariamente da compreensão do fogo, ou seja, precisamos entender a natureza do fogo: como as chamas se iniciam e como funciona sua propagação?
Mas o que é fogo?
O
fogo pode ser definido como uma reação química que libera energia durante o seu
processo de “queima”, que pode ser em forma de luz e de calor. Um incêndio é
basicamente uma reação descontrolada do fogo.
Para que haja a formação do fogo (combustão) são necessários quatro elementos, que são conhecidos também como o “tetraedro do fogo”:
Combustível: o elemento que será queimado. Eles podem se apresentar no
estado sólido, líquido ou gasoso. Ex: Madeira, gasolina, gás de cozinha (GLP),
álcool.
Comburente: O elemento responsável por manter a reação de queima do
combustível, dando vida as chamas e controlando a intensidade da queima. Ex:
oxigênio.
Calor:
O elemento responsável pela ignição das chamas, que pode ser uma simples centelha
ou faísca. Basicamente é a energia responsável por iniciar o fogo. Ex: cargas
elétricas, palitos de fósforo, cigarros, etc.
Reação em cadeia: É o conjunto de todos os elementos citados acima em
constante reação, ou seja, é quando o fogo se torna autossustentável.
Propagação do fogo
Depois
que a combustão é iniciada, o fogo tende a se propagar de diversas formas,
transferindo sua energia de um lugar para o outro. Esta transferência de
energia ocorrerá por condução, convecção e/ou irradiação.
Convecção: Ocorre quando o fogo de propaga através sua massa de ar quente. As moléculas aquecidas são transportadas facilmente de um lugar para o outro por terem uma densidade mais baixa. Ex: Água sendo aquecida dentro de uma panela. O ar quente sobre até as extremidades da tampa e se desloca por toda a panela.
Condução: Ocorre quando o calor de propaga através do contato de molécula para molécula. Ex: Uma barra de ferro aquecida em suas extremidades. Após um tempo aquecendo uma extremidade, percebe-se que a outra extremidade também ficará aquecida.
Irradiação: É a propagação do calor através das ondas eletromagnéticas. Ex: Os raios solares, ou o micro-ondas.
Pontos de temperatura:
É
importante saber sobre os pontos de temperatura, pois assim você conseguirá
agir preventivamente na eminência de um incêndio. Os mais comuns são:
Ponto de Fulgor: É a temperatura mínima necessária para que um combustível comece a desprender vapores de calor, porém a chama não se mantém porque os gases produzidos ou o oxigênio ainda são insuficientes.
Ponto de Combustão: É a temperatura mínima necessária para manter o processo da chama, mesmo após a retirada da fonte externa de ignição.
Ponto de Ignição: Nessa fase, as chamas já conseguem se manter mesmo sem uma fonte externa de ignição. É a fase onde as chamas já alcançaram uma temperatura suficiente para se sustentar.
Fases do Incêndio
Fase Inicial: É o momento de progressão das chamas. O incêndio passa
por um crescimento lento, mas já é possível notar a leve diferença de
temperatura no local.
Queima livre: O incêndio ganha grandes proporções, intensificando o
acúmulo de gases e fumaça.
Queima lenta: A temperatura do ambiente começa a cair gradualmente,
devido à diminuição do material combustível.
Como combater o incêndio?
Existem
vários métodos eficazes para eliminar um princípio de incêndio, segue abaixo
alguns deles:
Resfriamento: Como o próprio nome sugere, consiste em retirar o calor da reação em cadeia e com isso apagar o fogo. O método mais comum utilizado é a utilização de água sob pressão. A água vai absorver o calor e com isso reduz o desprendimento das chamas na reação.
Abafamento: Esse método consiste em retirar o comburente, responsável por alimentar a fogo da reação. Portanto, não havendo comburente, a reação não acontecerá. Areia, terra, cobertores, são alguns dos métodos mais usados.
Isolamento: Consistem em basicamente retirar o material que ainda não sofreu a queima na reação. Dessa forma, sem o combustível necessário para a queima, não haverá reação.
Classe de incêndio
Existem
pelo menos 4 classes de incêndios que são adotadas pelo Corpo de Bombeiros do
Brasil, são elas:
Classe “A”: Combustíveis sólidos (Ex: Madeira, plástico, papel,
borracha, etc.);
Classe “B”: Combustíveis líquidos (Ex: Álcool, gasolina, GLP,
querosene, etc.);
Classe “C”: Equipamentos energizados (Ex: Dispositivos elétricos como
computadores, TV’s, lâmpadas, etc.);
Classe “D”: Metais pirofóricos (Ex: Pó de zinco, sódio, magnésio,
etc.).
Agentes extintores
É
todo o material que é aplicado ao fogo, gerando a descontinuidade da chama. Em
outras palavras, agente extintor é todo o dispositivo usado para apagar/debelar
o fogo. Os mais comuns são:
Pó Químico - Quebra a reação em cadeia, interrompendo o processo de
combustão. Há várias composições de pós, divididas em tipo BC (líquidos
inflamáveis e energia elétrica); ABC (múltiplo uso, polivalente, para fogo em
sólidos, líquidos inflamáveis e eletricidade); e D (metais combustíveis).
Compostos Halogenados - Compostos químicos que provocam a quebra da reação em
cadeia. Também agem por abafamento. Não danificam equipamentos eletrônicos
sensíveis. São aplicáveis para as classes de fogo A, B e C.
Gás Carbônico (CO2) - Age por abafamento, e por resfriamento em ação
secundária. É um gás sem cheiro, sem cor e não conduz eletricidade, sendo
recomendado na extinção de fogo classes B e C. É asfixiante e por isso deve-se
evitar o seu uso em ambientes pequenos.
Espuma Mecânica - Age primeiro por abafamento e de forma secundária por
resfriamento. É ideal para extinguir fogo classe B. Também é eficiente na
extinção de fogo classe A.
Água
- Age inicialmente por resfriamento. Sua ação por abafamento ocorre devido à
sua capacidade de transformação em vapor. Específico para classe A.
Espero que esse breve resumo ajude você nos seus estudos!
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