SULLY: UMA LIÇÃO SOBRE FATORES HUMANOS

Em janeiro de 2009, o voo 1549 da US Airways, com 155 passageiros a bordo, realizou um pouso forçado nas águas frias do rio Hudson, em Nova York (EUA). O voo havia perdido os dois motores logo após a decolagem quando colidiu com um bando de aves. Esse acontecimento serviu de inspiração para o filme SULLY: O HERÓI DO RIO HUDSON, estrelado pelo ator Tom Hanks.

O filmes nos traz várias lições como: protagonismo, autocontrole, atitude segura, autonomia, autorresponsabilidade, e também sobre os aspectos de uma análise de acidentes.


Durante as investigações, Sully afirmou que a única alternativa em que se poderia evitar um desastre seria o pouso forçado no rio, mas a comissão investigadora entendeu, em um primeiro momento, que o comandante desobedeceu as ordens e protocolos da torre de comando e se arriscou a causar uma tragédia.

O piloto, mesmo aparentemente constrangido pela fama, foi considerado um herói na grande mídia, ao passo em que era minuciosamente criticado Conselho Nacional de Segurança nos Transportes, e o filme consegue passar toda a tensão vivida por ele.

A psicóloga Iara Engracia Giraldi, ao comentar sobre a decisão criativa do piloto em pousar no Rio Hudson, nos informa que “a criatividade pode ser compreendida como um conjunto de capacidades que permitem uma pessoa comportar-se de modos novos e adaptativos em determinados contextos, de forma a criar uma solução apropriada, e porque não, inusitada.” De fato, no filme e também na história real, o piloto foi forçado a se adaptar a situação caótica em que se encontrava.

Foram feitas simulações com pilotos mecânicos e humanos, as quais demostraram que era possível seguir os protocolos e retornar para a pista de partida ou ainda pousar no outro aeroporto mais próximo. Porém, ao assistir as simulações no Tribunal, Sully questionou o fato de os investigadores terem desconsiderado o tempo decorrido entre o acidente (colisão da aeronave com pássaros) e a tomada de decisão do piloto, uma vez que máquinas não raciocinam como seres humanos. “Vocês analisam tudo do ponto de vista do computador; a nossa reação foi humana, portanto, tornem a análise humana”, afirma o Sully.

No final, o “fator humano” que os investigadores estavam considerando um erro, na verdade, foi o motivo pelo qual mais 150 pessoas foram salvas, evitando uma das maiores catástrofes da história da aviação.

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